Hello Guys! Voltamos com mais um capítulo, dessa vez Brianna vai conhecer o super gato e bem sucedido Peter!
Vamos ao capítulo:
*4 anos depois*
O apartamento em Londres era
confortável, melhor do que qualquer coisa que meu pai já havia feito por mim.
Dois quartos, sala, cozinha e um pequeno cômodo vago que eu não sabia no que
transformar. Quarto andar, de frente para a estação de trem museu recém
reformada — um pouco barulhento, por ser o centro da cidade — e com toda a
avenida e campos a vista.
Os móveis novos se misturavam com
as caixas ainda fechadas. Eu não deveria ter trazido tanta coisa para esse novo
apartamento, mas não podia deixar todos os quadros que Alex havia feito para
mim para trás. Meu pai e eu estávamos tendo brigas frequentes por causa de Alex
nos últimos meses, ele insistia em dizer que eu não deveria andar com “um
qualquer” como Alex, que não tinha emprego e nem família. Isso não era nem um
pouco verdade, Alex tem família — eles estão na Itália — ele manda dinheiro para
eles todo mês. Dinheiro que ganha com seu trabalho como pintor. Eu vivia
insistindo para ele me deixar lança-lo como artista, mas ele sempre teimoso
acabava dizendo que preferia viver sua arte livremente — e o dinheiro que ele
ganhava vendendo os quadros nas galerias e centro de Londres dava para ele se
sustentar e mandar dinheiro para a família sem maiores preocupações. Mas meu
pai não entendia isso e vivia dizendo que daria um jeito, é claro que eu
acabava gritando com ele e rebatendo todos os seus argumentos, mas enquanto ele
me sustentar eu precisarei acatar suas ordens.
— Essas são as últimas caixas,
Srta. Montez.
O carregador estava colocando a
ultima caixa na menor das pilhas.
— Obrigada! Aqui está — dei uma
quantia generosa ao homem e fechei a porta assim que ele a atravessou em
direção à saída.
Quando me virei em direção à sala
percebi o quão ferrada eu estava. Aquela bagunça toda e a quantidade imensa de
caixas para desempacotar, e tudo seria trabalho meu. Me joguei no sofá bege e
fitei o teto, com toda a coragem se esvaindo de mim.
Foi aí que meu celular tocou.
— Alô?
— Brianna? Onde você estava? Te
liguei umas dez vezes.
Era Peter, meu romance secreto.
— Oi Pete — apelido carinhoso. —
Estava fazendo a mudança.
— Ah! É mesmo. Eu tinha me esquecido
que você se mudaria hoje — a voz dele soou um pouco desanimada. — Você deve ter
listas e listas de coisas para colocar em ordem, não?
Eu sorri com aquilo. Peter tinha
um jeito de falar que me deixava meio boba, quase que como uma donzela
apaixonada, mas isso só por dentro, pois eu nunca deixava ele saber desse
efeito que ele causava em mim.
— Sim, eu tenho — confirmei. — Mas
no momento estou jogada no sofá novo tentando fazer nascer à coragem necessária
para fazer isso.
Ele deu risada com a brincadeira.
— Eu estava pensando em te chamar
para almoçar no (). Por isso te liguei.
— Eu tenho uma mochila cheia de
guloseimas aqui. Se você não se importar com a bagunça, quiser comer besteira
com sua pessoa favorita no mundo e não tiver mais nada para fazer esta tarde...
— Aceito — ele disse como se
estivesse aceitando um pedido de casamento. O que pareceu confirmar minha
hipótese de que ele queria me ver de verdade, não só passar o tempo.
— Então, você é meu primeiro
convidado no novo apartamento. (Endereço).
— Chego aí em vinte minutos.
Peter e eu tínhamos um caso desde
que nos conhecemos há dois anos. Eu estava indo passar a tarde no escritório do
meu pai, simplesmente porque ele havia me prometido um jantar e eu sabia que
teria que ir busca-lo, caso contrario ele me daria o cano. Acabei que naquele
dia fiquei ajudando a secretária da diretoria, Diana, ela estava super atarefada
e com muitas reuniões agendadas então me deixou encarregada de alguns papeis e
organização de relatórios. Foi quando eu vi no canto da mesa um envelope com um
post-it escrito “Relatórios – entregar ao Sr. Peter Stone”. Pensei na coitada
da Diana, que teria que entregar mais isso quando voltasse das reuniões, então
pesquisei no sistema quem era o tal Peter Stone, acabei descobrindo que ele era
diretor, então a sala dele não devia ficar longe.
— Ísis — chamei a menina que
ficava algumas mesas à frente. — Onde fica a sala desse tal de Peter Stone?
— Logo ali, virando no corredor a
esquerda. É a terceira sala depois da galeria — respondeu.
— Obrigada.
Então me direcionei a tal sala. A
tal galeria era extremamente silenciosa, exibia todos os grandes prêmios que a
empresa do meu pai já havia ganhado, e era cercada por salas de reuniões, uma
sala de gerência e a tal sala do Sr. Peter Stone ficava ao lado de um quadro da
época da Vanguarda, o nome dele estava em uma plaquinha cinza na porta.
Bati de leve e ouvi um “pode
entrar” em tom simpático.
Ele estava de costas para a porta.
O escritório era espaçoso, o qual cabia um sofá, uma pequena mesa com cadeiras,
um espaço com frigobar e um mini forno e um sofá com uma mesinha e café, tudo
isso um pouco afastado da área desk top. Vi o topo da cabeça por trás da grande
poltrona e percebi que ele era loiro, não vi resquícios de cabelo branco ou coisa
assim.
— Com licença, Sr. Stone. Eu
trouxe esses relatórios para o Sr. assinar.
Ele se virou e imediatamente toda
a sala desapareceu e ele virou o foco total naquele lugar. Quase falei um
palavrão ali mesmo, que homem bonito. Cabelos castanhos claríssimos e olhos
verdes como esmeraldas, uma boca pequena e os traços do rosto tão delicados e
bem delineados. Ele até parecia ter saído de uma daquelas histórias de contos
de fadas.
Apesar de ser um diretor, ele não
parecia ter mais de trinta e cinco anos, naquela época eu não passava dos
vinte. Fiquei imaginando se ele era uma daquelas pessoas que são mais velhas do
que aparentam, mas isso eu iria descobrir mais tarde, não por escolha minha,
mas por escolha do destino.
Ele não pareceu me reconhecer como
a filha do presidente da empresa, pois me tratou como se eu fosse uma garota
comum.
— Obrigado — disse gentilmente.
Entreguei o envelope a ele. Ele
retirou os papeis que havia dentro, deu uma boa olhada, então disse:
— A Diana está de férias?
— Não, ela está em reunião. Estou
apenas ajudando ela hoje.
— Hum... — ele agora estava me
analisando, literalmente, da cabeça aos pés.
Acho que a roupa que eu estava
vestindo contribuiu para isso. Como eu era filha do presidente, não me importei
muito em vestir algo formal nem nada. Apenas coloquei um short jeans que batia
um pouco acima das coxas e uma regata branca um pouco larguinha. Deixei meu
cabelo solto e calcei botas coturno na cor bege. Naquele momento eu desejei
estar vestindo algo um pouco mais sensual, porque o olhar dele não foi um
simples olhar. É claro que ele disfarçou o máximo que pode, mas eu era muito
melhor observadora que ele.
— Eu não vim trabalhar aqui, quero
dizer, definitivamente — disse para quebrar o silencio. — Só estou aqui hoje.
— Entendi. Você é nova em Londres
ou está conhecendo algo na empresa?
— Trabalho da faculdade — menti.
Ele arqueou uma sobrancelha.
— O que você estuda?
— Jornalismo, este trabalho é
sobre a vida nos grandes escritórios.
Ele se levantou da poltrona e
andou na minha direção. Agora sim eu fique totalmente deslumbrada. Ele era
extremamente alto, eu batia apenas nos ombros dele. E com certeza havia músculos por baixo daquela camisa e gravata.
— Bem, eu estou indo almoçar agora.
Acho que posso contribuir para esse seu trabalho, se você me acompanhar — ele
me fitou.
— Isso seria ótimo — eu o fitei de
volta.
Uma das minhas melhores
habilidades era a interação perfeita com o sexo masculino. Não quero me gabar
nem nada, mas eu mandava muito bem quando queria algo. E eu queria algo.
Não vou negar que havia uma tensão
sexual entre nós, porque havia. Mas eu apenas veria aonde isso iria dar. Quando
chegamos ao pequeno bistrô ao qual ele me levou eu apenas pedi um suco e
algumas torradas, enquanto ele pediu uma salada acompanhada por batatas cozidas
e peixe frito.
— Então...
— Você pode começar me descrevendo
sua rotina — eu disse.
— Desde que eu acordo? — ele me
deu um olhar sugestivo, eu apenas sorri.
— Por favor.
— Eu costumo levantar antes das
cinco, escovo os dentes, tomo café com torradas enquanto checo meus e-mails.
Normalmente eu saio de casa as seis ou sete horas, gosto de assistir o jornal
da manhã — ele deu uma mordida no peixe. — Não gosto de dirigir até o trabalho,
por causa do transito, então pego o metrô.
Primeiro fato sobre Peter — além
dele ser mega gato — ele é um cara simples.
— Quando chego à empresa não entro
pelo portão principal, pois sempre tem alguém querendo um favor e eu nunca
quero ouvir esse tipo de coisa de manhã. Sempre vou direto para o escritório
e...
Enquanto ele falava, tudo o que eu
conseguia pensar era em como menti descaradamente. Tudo para não dizer que eu
era filha do chefe dele, do todo poderoso. Não me recordo do restante de suas
palavras, apenas de terminarmos o almoço e voltarmos caminhando para o
escritório. Ele pediu meu telefone naquele dia, pois estava saindo em uma
viagem de negócios e “queria saber sobre o trabalho”.
— Eu acabei que nem perguntei seu
nome. Desculpe-me.
— Não tem problema — sorri de
leve. — Me chamo Brianna.
Ele me olhou nos olhos quando
ouviu meu nome. Ah não! Ele não poderia saber quem eu sou, poderia? Minhas mãos
tremeram um pouco, mas logo a sensação passou. Mais precisamente quando ele
disse:
— É um bonito nome.
— Obrigada! Só preciso de mais uma
informação sobre você, para a ficha-técnica.
Menti mais uma vez, eu ainda
precisava saber se ele era mesmo muito mais velho do que eu.
— Pode perguntar.
— Preciso da sua idade e estado
civil — ele pareceu sorrir um pouco, um sorriso maroto. Mas não deixou aquilo
tomar conta da situação e logo me respondeu.
— Trinta anos, solteiro!
Bingo! Eu sabia que ele não
poderia ser assim tão velho. Ele ficou na recepção atendendo um sócio que havia
acabado de chegar e eu voltei para a mesa da Diana.
— Aonde você foi? — perguntou ela
em tom descontraído.
— Apenas almoçar — respondi no
mesmo tom. — Achei que você demoraria mais na reunião, então acabei indo antes.
— Não tem problema, eu não vou
almoçar hoje. Vou apenas pedir algo para comer aqui mesmo.
Ela parecia cansada e desgastada,
o que era muito ruim para uma pessoa que beirava os vinte e cinco anos.
— Você precisa urgente de uma
assistente. Por que não pede por uma?
— Não tive tempo de fazer isto,
estou para marcar uma reunião com o Sr. Stone. Ele que cuida da aprovação das
novas contratações do setor.
Achei estranho aquilo, mas depois
entendi que Peter apenas assina as petições e concorda com os orçamentos. Mas o
que que realmente interessa é como eu e Peter começamos a nos relacionar mesmo,
e aquilo aconteceu naquela mesma noite.
É isso aí, pessoal! Não se esqueçam de comentar e compartilhar!
Bjos!
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