quinta-feira, 27 de abril de 2017

Brianna - Capítulo III - A dor de Alex

Hello, guys! 

Segue mais um capítulo para vocês. Espero que gostem!!












— Não acredito que você veio com esta roupa?
— Eu não sabia que você iria trazer seus diretores para o NOSSO jantar, papai —sussurrei de volta.
Eu, meu pai e os quatro diretores dele, incluindo Peter, estávamos na entrada do restaurante. Meu pai era um homem de negócios, mas aquele descaso comigo não ficou barato. Eu e Alex nos certificamos de dar o troco nele depois, mas isso é história para ser contada depois.
Peter não parava de me encarar, mesmo disfarçando era possível de notar que ele estava desconfortável. Eu que o diga! Eu estava mais desconfortável do que nunca, meu segredo foi revelado e minha mentira foi abaixo como uma pedra afundando no rio. Nós nos direcionamos a uma mesa reservada em uma parte bem iluminada e perto de um mini bar no restaurante. O garçom veio nos atender, enchendo taças de vinho.
— O que quer pedir, Brianna? — perguntou meu pai.
Que seus cachorros vão embora, eu pensei. É claro que eu não poderia falar aquilo, na frente dos outros eu sou a princesa perfeita. Pois bem, seu eu não poderia ser malcriada então eu seria a causadora de prejuízo. Analisei o cardápio por alguns segundo e vi um prato feito de peixe, saladas compostas e um outro nome que eu não sabia o que era, mas o que me interessava ali era o preço, a coisa mais cara do cardápio!
— Quero esse aqui, papai.
Meu pai me olhou com aquele olhar que eu conhecia bem, sim ele sabia que estava sendo punido. Notei que Peter deu uma risadinha de leve e os outros três diretores apenas conversavam sobre coisas da empresa com suas taças de vinha na mão.
— Garçom, traga o que minha filha pediu e frango para mim, pode dizer ao chef que me faça algo especial — ele então se voltou para seus cachorros. — O que vão querer cavalheiros?
— Carne vermelha, senhor — disse um dele. Este era alto com cabelos pretos e olhos arregalados, parecia ter uns quarenta anos.
— Eu quero apenas uma salada — o japonês baixinho, esse eu sabia quem era. Sr. Takara do departamento de vendas e estratégia. Ele já havia ido a alguns jantares em nossa casa.
— Peter?
— Vou acompanhar Takara na salada.
Eles ficaram discutindo sobre coisas da empresa, eu era literalmente uma intrusa naquele lugar, mesmo aquele sendo o MEU jantar. Em algum momento durante as refeições, eu me levantei e fui ao banheiro. Já estava meio tonta por causa das três taças de vinho que eu havia bebido e precisava lavar o rosto.
Quando cheguei ao banheiro me tranquei em um dos boxes e abri o guardanapo em minha mão.
“Por que mentiu para mim?”
Eu realmente não estava acreditando naquilo, ele não tinha mais por que querer saber coisas sobre mim, tinha? Eu me tornei inalcançável para ele no momento em que ele descobriu que eu era filha do todo poderoso. Pelo menos foi isso o que eu pensei, mas Peter se apaixonou por mim e, sinceramente, hoje eu me pergunto se isso foi uma boa.
Quando saí do banheiro ele estava no corredor me esperando, não dava para nos ver da mesa do meu pai então estávamos seguros ali. Ele meio que puxou de canto e me olhou nos olhos, eu me lembro de sentir meu coração palpitar na garganta.
— Você não precisava mentir.
— Eu não menti. Quero dizer, apenas omiti alguns detalhes — eu o fitei de volta. — Mas por que se dar o trabalho de perguntar?
— Você quebrou meu coração Srta. Montez — o hálito dele cheirava ao vinho que tomávamos, mas ele não estava alterado.
Muito pelo contrário, sabia muito bem o que estava fazendo.
— Eu não...
— Agora o que vai fazer por mim?
Todos os pelos do meu corpo se arrepiaram naquele momento, mas a lembrança de meu pai naquele mesmo lugar me fez recuar. Ora essa! Eu era filha do dono da companhia, era claro que ele ia querer se aproximar. Peter não era um homem interesseiro, não. Ele era muito simples e realmente gostou de mim, mas eu só fui descobrir isso mais tarde.
— Eu não tenho nada para discutir com você aqui — me desvinculei dele. — Seria divertido se você ainda não soubesse quem eu sou, mas agora que você sabe, eu não vou ser um objeto usado para chegar a vossa majestade. Desculpe-me.


...
Ao abrir a porta, logo após a campainha ser tocada, me deparei com aquele homem loiro que conheci dois anos atrás. Ele entrou e encostou a porta atrás de si enquanto me beijava. O gosto do beijo dele já era habitual para mim, depois de tanto tempo eu e Peter nos acostumamos um com o outro e naquele momento éramos um par sincronizado e em perfeita harmonia.
— Que bela bagunça você tem aqui.
— Eu sei. Alex iria me ajudar com toda a arrumação, mas ele teve de viajar para a Itália por motivos familiares.
Peter não me olhava nos olhos quando eu mencionava o nome de Alex, quase como se a palavra o atordoasse um pouco. Nunca descobri se ele sentia ciúmes de mim com meu melhor amigo, pois ele fazia questão de se manter fora da nossa relação e nunca me perguntava sobre ele.
— Por onde vamos começar? — perguntou.
— Pelo escritório.
— Pelo escritório? Achei que iríamos começar pelo seu quarto — ele sorriu malicioso.
— Não! — eu me desvencilhei dele. — Se começarmos por lá eu não vou acabar isso aqui até a noite.
Ele me pegou pela cintura e me deitou no sofá, ficando por cima de mim. Colou seus lábios nos meus e disse:
— Você sabe que não há nada que faríamos no quarto que não possa ser feito no escritório.
Meu riso saiu abafado devido ao contato das nossas bocas. Ele então começou a me beijar fervorosamente, como se não nos víssemos há meses, o que não era verdade, pois nos vimos dois dias atrás na conferencia do lançamento da nova linha de design da companhia do meu pai. O fato de Peter estra comigo poderia parecer interessa para quem nos visse, Alex me dizia isso sempre, mas eu não me importava muito com o fato de que talvez fosse isso mesmo. De qualquer forma eu e Peter nunca chegaríamos a nos casar nem nada, eu sabia que um dia nós iríamos acabar nos separando de alguma forma bruta. Peter estava ficando mais velho e com certeza já queria uma família, filhos e uma casa grande com um cachorro que corresse atrás das crianças enquanto elas riem e ele assiste da varanda com um café quente na mão. Nós nunca tocamos nesse assunto, mas eu enxergava indícios de que um dia isso entraria em pauta. Peter estava guardando dinheiro para comprar uma casa em um local mais afastado da cidade, falava em como os filhos da irmã eram lindos e que um dia ele gostaria de sentir a felicidade de ser pai. Eu me lembro de perguntar sobre isso a ele uma vez, mas ele não entrou em detalhes, porém, isso sempre foi um capítulo previsto, mas nunca comentado de nossa história.
— Não acha que poderíamos faz isso em um local mais confortável? — os beijos dele distribuídos pelo meu pescoço me deixavam embriagada.
— Eu gosto do sofá, oferece desafios. Além disso, nós podemos inaugurar este cômodo primeiro, eu não me importo!
Os beijos continuaram e uma mão quente adentrou meu short e foi em direção a minhas partes íntimas, eu gemi baixinho com o toque o que fez com que ele colocasse um pouco mais de pressão aos beijos. Minhas mãos se moveram para abrir o fecho de seu cinto e ajuda-lo a se livrar de suas calças, ele fez o mesmo me ajudando a me livrar de minha camiseta. Nós íamos até o fim, oh, com certeza iríamos, mas o telefone de Peter começou a tocar justo na melhor hora. Ele se afastou um pouco de mim, eu pude ver no visor o nome de meu pai, isso indicava que eu e Peter não terminaríamos nossa “tarefa”.
— Boa tarde Sr. Montez... Sim, estou livre... Recebi apenas alguns papeis, mas nada que me ajudasse a resolver o problema... Estou perto do centro, posso verificar se o Sr desejar... Perfeito, estarei lá!
Eu já estava colocando minhas roupas de volta, mas ele me impediu e voltou a deitar em cima de mim, com beijos frenéticos e as mãos correndo por toda a extensão do meu corpo.
— Pensei... Pensei que você precisasse encontrar meu pai — sussurrei entre arfadas.
— Nós ainda temos alguns minutos.
...

Saí do banho um pouco cansada, mas eu ainda precisava arrumar toda aquela bagunça. Peter havia saído há meia hora para encontrar meu pai e eu provavelmente passaria o resto do dia sozinha, era raro quando Peter vinha me ver mais de uma vez no mesmo dia. Então, enquanto estava desempacotando minhas roupas para arrumar no closet, me peguei pensando em Alex, se ele voltaria logo da Itália ou se sentia minha falta também. Desde que conheci Alex, não houve um dia em que não nos falássemos e sempre dávamos um jeito de nos encontrar, nem que fosse apenas por alguns minutos.
Resolvi ligar para ele.
— Alô?
— Alex?
— Brianna? A ligação está um pouco ruim, consegue me ouvir bem?
— Consigo te ouvir — era tão bom escutar a voz dele. — Alex, como estão as coisas por aí?
— Estamos no hospital agora, posso te ligar mais tarde? Minha irmã está para entrar em cirurgia.
— Ah... Claro. Não se preocupe com isso, me ligue quando tiver tempo.
— Ok. Até mais tarde my piccola dea.
A irmã de Alex estava com câncer no fígado em estágio quatro, então ele teve eu viajar as pressas para a Itália. Eu não fazia ideia de como era ter alguém que se ama morrendo dessa forma, minha mãe morreu quando eu era muito pequena, então eu vivo apenas com o vazio de algo que nunca existiu, já Alex estava correndo risco de ter esse vazio criado por algo que seria arrancado dele a força. É incrível como a evolução humana não explica, não há cura definitiva para o câncer, não há como se saber que vai ter câncer até se ter. Tudo o que possuímos são expectativas e possibilidades de algo que talvez aconteça, talvez não. Não sabemos se morreremos hoje, amanhã, em meses ou anos. Não sabemos de nada, vivemos apenas com possibilidades e expectativas.
Alex não voltaria a me ligar tão cedo, então continuei com a arrumação até a horado jantar. Quando Alex me ligou:
— Está ocupada? — perguntou ele do outro lado da linha. Estava com a voz um pouco fraca.
— De maneira alguma. Como está sua irmã?
— Ainda não saiu da cirurgia, meu pai me mandou vir para casa ficar com minha sobrinha. Segundo ele eu estava mito agitado para permanecer no hospital.
— O médico ainda não atualizou sobre o quadro dela?
— Uma vez, mas eu já havia saído do hospital. De qualquer forma, vamos esperar acabar e torcer para que tudo dê certo.
— Eu realmente espero que dê tudo certo, estarei torcendo daqui.
Ele concordou com um ruído é o silêncio reinou por alguns segundos. Eu queria falar que sentia falta dele e sobre meu novo apartamento, queria conversar sobre banalidades como sempre fazíamos, mas seria muito egoísta da minha parte se eu ousasse tocar em assuntos como este.
— Estou com saudades — disse ele.
— Também estou. Espero que possamos nos ver logo.
— Em algumas semanas, eu acho. Mas não tenho tempo estimado de permanência por aqui.
— Eu entendo, não se preocupe comigo, apenas cuide de sua família. Não se esqueça que você pode me ligar para qualquer coisa, eu vou procurar te ajudar da forma que eu puder.
— Obrigado, de verdade.
Fez-se silêncio mais uma vez, então nós despedimos brevemente e eu encerrei a ligação.
Alex parecia muito distante, mais do que nunca. Eu sentia uma enorme vontade de voar para a Itália e o abraçar para sempre, até queele não sentisse mais angústia e tristeza. Eu sabia o quão ligados ele e sua irmã eram, presenciei várias conversas deles por telefone e videoconferência, ela era o tipo de irmã mais nova que venera seu irmão mais velho e com a perda do primogênito dá família eu sabia que a dor de todos era muito maior. Alex retratava seu irmão morto em quase todos os seus quadros pessoais, mesmo que por um detalhe básico que para outras pessoas não tenha importância, mas ele está lá para Alex.
Não tive ânimo para comer fora depois do telefonema, então pedi algumas para comer em casa mesmo, tomei um banho e fui me deitar. Naquela noite, sonhei com minha mãe, com suas várias fotos que ficavam em minha escrivaninha. Ela estava viva para conhecer a filha que eu havia me tornado, mas eu continuava sem conseguir alcançá-la.
Continua...

Por hoje é só! Obrigada pela atenção, não se esqueçam de comentar e compartilhar.
XOXO

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